Desenvolvido por Eduardo Bullentini e Adauto Damasio em 2019 baseado no livro Delivering Business Analytics – Practical Guidelines for Best Practice, publicado em 2015 por John Wiley & Sons.
Estudo de caso na área de Educação: School 21
Uma das características marcantes dos sistemas educacionais é o seu caráter conservador. As escolas, nos moldes que a conhecemos hoje, foram criadas no século XIX, no contexto da Revolução Industrial, que gerou cidades populosas e massas urbanas que precisavam ser disciplinadas.
Tal característica é marcante na forma de organização física das escolas, em sua arquitetura e seus espaços, com carteiras enfileiradas em uma sala de aula, uma lousa e um tablado para o professor. O professor, nesse contexto, ensina as ciências, as artes, disciplina os estudantes. Os alunos estudam para a prova e buscam notas.
O sistema educacional tradicional tende a fazer com que os estudantes se conformem com o que lhes é oferecido pelos professores e pelos materiais didáticos em uso. Trata-se de um sistema no qual os alunos acolhem de forma passiva informações e reflexões dos professores. Isso acaba resultando em alta evasão escolar, desinteresse e formação de jovens com pouca qualificação e poucas ferramentas para buscar o sucesso profissional no mercado de trabalho.
Diversas experiências tem buscado alternativas para adequar sistemas educacionais aos tempos da quarta revolução industrial, de Inteligência artificial e revolução na informática. Elas existem e estão sendo implantadas em todos os continentes do planeta.
Uma dessas experiências está ocorrendo na região periférica de Londres, onde uma escola foi criada com uma proposta pedagógica diferente. Trata-se da escola School 21, fundada por Peter Hyman, que foi conselheiro do ex-primeiro-ministro Tony Blair entre 1994 e 2003.
O objetivo da School 21, fundada em 2013, é revolucionar o currículo escolar e a pedagogia, auxiliando na formação de estudantes mais flexíveis, capazes de prosperar no século XXI. Saliente-se que essa escola é financiada pelo governo inglês, numa região de Londres onde há grande número de imigrantes.
A estratégia do projeto pedagógico dessa escola é levar seus alunos a dominarem conhecimentos de leitura, escrita, números e capacidade de analisar dados por meio de desafios e experiências. Mas, observe-se que são trabalhadas outras habilidades não-cognitivas, importantes para o mundo atual.
A pesquisa do mundo real é a principal forma de buscar o conhecimento. As crianças estudam por projetos. Um projeto realizado foi o desenho de uma sala para o novo prédio da escola, de acordo com o que os estudantes entendiam que era um bom espaço para estudos.
“Outros exemplos são um museu de brinquedos, um projeto de astronomia, outro sobre direitos humanos e outro sobre a Primeira Guerra Mundial. Neste último, eles criaram uma exibição, com a história da guerra e organizaram um tour guiado da mostra.”
O uso das novas tecnologias é extenso. “Eles [os estudantes] usam iPads para analisar o trabalho dos colegas, escrevem blogs para registrar suas reflexões sobre o processo de aprendizagem, criam portfólios, desenhos e vídeos, aprendem a fazer pesquisas na internet e usam aplicativos e jogos.”
A preocupação com a memorização é secundária. A escola está preocupada em desenvolver competências como “falar, explicar, analisar, persuadir e saber escolher o comportamento ou conduta adequados para cada situação”, seja ela formal, informal, séria, divertida, emocional ou analítica.
A escola oferece aulas para capacitar os estudantes a serem capazes de fazer apresentações orais, se expressar e se comunicar de forma clara. Essa habilidade permite que os estudantes aprendam a expressar suas emoções de forma clara dentro e fora da escola.
“Estudam ainda o ritmo da declamação de poesias, realizam atividades de contação de histórias, piadas, retórica e debates. Durante o ano, os estudantes fazem apresentações públicas.”
“Os professores trabalham com turmas de 12 alunos e atuam como tutores. A ideia é que todos se conheçam na escola e que cada criança e adolescente tenha um adulto acompanhando sua jornada. As famílias são convidadas a manter seus filhos na escola desde os 4 anos até os 18 anos, para que seus estudos sejam planejados e não haja a necessidade de transições abruptas no meio do caminho.”
Na escola School 21, ocorre o engajamento dos estudantes nos estudos, pois eles avaliam os desafios como algo que tem fundamento da prática do cotidiano, desenvolvendo assim ideias próprias e transformando-as em realidade, como apresentações, discursos, peças de teatro, livros, entre outros. A procura pela escola aumentou de forma significativa.
Assista ao vídeo no link que segue, sobre a School 21:
“BBC News. School 21. Stop the plan to build 4 concrete & asphalt factories next to Olympic Park! - Simon Judge"
Available at: <https://www.youtube.com/watch?v=UJAtl--rwKo>.
Experiências educacionais alternativas estão sendo aplicadas em várias partes do planeta. A School 21 é uma dessas experiências. Em todas elas, existe o desejo de romper com os modelos tradicionais da oferta de educação formal às crianças e adultos. Resultados podem ser medidos pela procura da escola por parte das famílias e por resultados em exames externos de aprendizagem.
Referências Bibliográficas
1. STUBBS, Evan. Delivering Business Analytics – Practical Guidelines for Best Practice . John Wiley & Sons, Inc, 2013. ISBN: 9781118370568
2. School 21, disponível em http://innoveedu.org/pt/school-21
QUANTITATIVE & QUALITATIVE METHODS FOR DECISION MAKING - bus518.2.5
Estudo de caso na área de Educação: School 21
Imagens: shutterstock
Livro de referência:
Delivering Business Analytics – Practical Guidelines for Best Practice
John Wiley & Sons
2015.